Qualquer opinião  ou  ensinamento que é

contrário ao que  a maioria  pensa é  consi-

derado herético por essa maioria.

   Já ouviu alguém dizer: "Cê é louco cara?

Só você pensa assim!  Quem mais que pen-

sa assim, que ridículo!" ou  "Só  você quer

ser o diferentão" ou o "sabichão".  Porque

a maioria das pessoas  reagem  assim,  com

rejeição, a qualquer forma  diferenciada de

pensamento?  Afinal,  o  mundo  é cheio de

problemas que precisam de soluções novas,

formas  novas  de pensar e novos pontos de

vista, não é? 

   O fato é que  ninguém  quer  ouvir modos

de pensar conflitantes com o seu próprio. É

muito   mais   fácil   o  envolvimento  social

quando as  pessoas pensam parecido. Tam-

bém,  as  pessoas  não  aceitam  muito  bem

conceitos  novos,  dos  quais  elas terão que

dispender tempo para refletir,  para  mudar

os conceitos  dos  quais  se  apegaram.  Por

esse motivo,  as  pessoas olham quem pensa

diferente como uma ameaça  a  unidade so-

cial ao passo que,  até  mesmo,  temem pen-

sar diferente da maioria.  É  esse  fator  que

torna  lento  o  desenvolvimento  intelectual

da sociedade como um todo:  temem pensar

diferente e temem quem pensa diferente.

   Mas  precisamos  valorizar   os  diferentes

pontos de vista pois, mesmo quando não es-

tão completamente em harmonia com  a re-

alidade,  representam  detalhes  que  outras

pessoas persebem e que, talvez, nós não.

   Isso se aplica ao chamado non-sense, que

é  qualquer  relato  de  fenômenos  que não

entram em concordância com  os  conceitos

científicos que  nos são passados atualmen-

te. A ciência convencional tende a ridicula-

rizar  esses  relatos  com  o  que chamam de

ceticismo. Na verdade, cientistas  convenci-

onais temem esses fenômenos, pois não são

capazes de explicá-los e a reação  é  a rejei-

ção cética. O estudo desses fenômenos tam-

bém é chamado de forteanismo,  em  home-

nagem a Charles Fort, um incansável cole-

cionador de relatos  de  fenômenos  inexpli-

cáveis pela ciência convencional.

    Sabendo que muito  do que sabemos hoje

foi ridicularizado pelo  ceticismo  científico

do passado,  é importante  valorizarmos  es-

ses assuntos  inexplicáveis  buscando,  com

sinceridade, uma explicação,  nem que seja

por meio de um modo  de  pensar  não-con-

vencional. Afinal,  fenômenos novos prova-

velmente possuem explicações novas, e não

explicações   convencionais.  Isso  significa

que  ainda   há  muito  para  descobrirmos;

mas só poderemos enxergar essas coisas se

abrirmos o nosso olho mais importante -

a mente.